Realmente, não sabia como começar escrever este texto. Bom,
se passaram dois anos desde que vim aqui escrever alguma coisa.
Vou tentar situar um pouco você, leitor. Não sei quantas
pessoas vão ler este texto, mas necessito escrever, e saber que alguém leu (uma
coisa parecida com ego). Então, vamos lá “amiguinho”?
Começo de 2013, eu me mudei para Maringá. Atrás de três
coisas: dinheiro, futuro e amor. Sim, estas três coisas me fortaleceram. Então,
peguei minhas tronchas, e fui com cara e coragem. Digo, no começo, foi deverás
complexo me situar, aprender a andar de ônibus, economizar, morar sozinho...
Bom, não posso me vangloriar, devo muito a uma pessoa que estava ao meu
lado todo aquele tempo, não me deixando desamparado por nenhum momento.
As coisas, estavam boas, na medida do possÃvel. Após passar
dois meses desempregado (comendo sardinha neste tempo, tem até uma história
engraçada, mas deixa para outro dia), eu finalmente tinha um emprego legal, o
amor que eu procurava, e o futuro estava próximo (em questões de meses, eu era
basicamente casado, e tinha conseguido uma bolsa 100% em uma faculdade fudida,
em Publicidade e Propaganda e moraria em uma kitnet). Neste momento da minha vida, eu era o cara mais
feliz do universo! Tudo isto em questão de um ano! Cara, foi rápido! Entretanto,
como dizem, “o que vem rápido, vai rápido”.
2013, eu tinha aprendido bastante, principalmente pelo fato
de começar a dividir toda sua vida com uma pessoa. Meu caráter mudou muito, e
por incrÃvel que pareça, para melhor.
Entretanto, foi em 2014 que as coisas começaram a se
destruir para mim. Havia começado a faculdade, e as coisas não estavam partindo
do modo que queria. Não conseguia alcançar as notas, um pouco por vagabundagem
minha, outra por estar afastado tanto tempo da faculdade. Mas, eu não desistia!
Quem vai desistir de uma bolsa integral?! Entretanto, a vida é uma caixinha de surpresa,
e aquilo, era só o começo.
Em meados de julho, meu “casamento” foi por água abaixo. Não
entendo ainda exatamente o porque, mas algumas coisas não existem explicações.
Aquilo, me abalou muito em: minha vida financeira, profissional, pessoal,
estudante e mais mil caralhadas. Comecei a beber bastante, a sair bastante. Não
via, mas cada dia, eu me afundava mais e mais em um poço onde não saberia onde
iria dar.
Aos poucos, comecei a perder tudo que conquistei. Casa,
gatos, emprego e até mesmo risco de perder a bolsa; e eu não enxergava isto.
Tudo, começou a virar uma mera ilusão. Todos estavam contra mim. E por incrÃvel
que pareça, a bebida me consumia cada vez mais.
Enfim, cheguei ao fundo do poço em um acontecimento que, não
acho muito interessante contar agora. Foi complexo sair, poucas pessoas estavam
lá, e o mais engraçado, quem estava lá, de longe era minha famÃlia ou amigos. Não
naquele momento, naquela hora.
Lembro de uma cena, eu sentado. Sozinho. Olhando onde eu
tinha chegado, e me perguntando “Rock, tudo isto por causa dela?”. Foi quando eu
parei e pensei “não cara, foi por causa de você mesmo”. Naquele lugar apertado, imundo, fedido e com o pior clima do universo, que eu cai na real onde eu estava chegando.
Dali para frente, posso dizer que as coisas iriam ficar boas
e ruins ao mesmo tempo.
Minha famÃlia, podemos dizer que me ajudou bastante a sair de lá.
Mas, também posso dizer que fiz muito da minha parte nestes
dois anos. Mudei, cresci, evoluÃ. Olha, agora não fumo mais Black, fumo Malboro
Blue Ice. Tenho um gato chamado sr. Cabeça de Ovo. Sei cozinhar muitas coisas. Conheci ótimos seriados!
Ok, vou me vangloriar um pouco mais. Deixei de ser tão
arrogante, como meus amigos dizem. Sou menos ciumento (menos quando me sinto
inseguro). Sou menos problemático. E agora, por incrÃvel que pareça, a palavra
que mais ando usando é: relaxa! Pois é, né? Embora “amiguinhos”, ainda não
perdi medo de fantasmas, ok?! E claro,
continuo meio sarcástico, um pouco irônico, e ainda pau no cu pra caralho com
algumas pessoas, mas este sou eu, o que posso fazer? Na verdade, não quero
fazer nada.
Enfim, esses dois anos, foram a maior mistura de coisas boas
e coisas ruins. De experiências das mais inimagináveis (não dei o cu, não me
venha com piadinhas), para aprender apreciar um “anjo” dormindo ao seu lado. De
sorrisos, a lágrimas. Abraços à barracos. Dia para noite.
O anos de 2014 está acabando. Faltam poucos dias, e ainda me
pergunto, “que ano foi esse?”, “como será o futuro?”, “quando o errado virou
certo, e o certo virou errado?”. Ah, tantas perguntas. Acho que está na hora de
acender outro cigarro, certo sr. Cabeça de Ovo? Fumar, escovar os dentes e
dormir. Aliás, daqui a pouco tenho que ir trabalhar. Pegar minha velha
bicicleta, colocar os fones de ouvido e apreciar estar vivo, apreciar ter essas
experiências que a vida me proporciona.
A única “mensagem” que
deixo para vocês é: dois anos são 730 dias, 17.520 horas, 1.051.200 minutos (me
corrijam se eu estiver errado). E fica a pergunta, o que vocês fizeram neste
tempo todo? O destino lhe pregou peças?
Não sei quando voltarei a escrever aqui. Acho que o "Dizeres de Um Vagabundo", virou meu diário virtual público. Engraçado.